Por favor, avise que esteve aqui, deixando pelo menos um "oi"!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Vida Pascal

A vida cristã é uma vida pascal, porque vida dos que foram sepultados com Cristo, no Batismo, para viverem, com Ele, uma vida nova, como se exprime o presi­dente da assembleia, na Vigília, antes da renovação das promessas do Batismo. Esta vida nova é a vida de Cristo ressuscitado, a vida d' Aquele que, por ter oferecido a vida até Se entregar à morte, vive agora na glória do Pai, exaltado com o nome divino de Senhor (Fil 2, 11). Vida com Cristo em Deus, é ainda, sobre a Terra, uma vida escondida, vivida na fé e na esperança, vivificada pelo Espírito, que é Amor. Vida nova, porque vida do homem novo, que é o Senhor ressuscitado, ela anima toda a existência cristã e expri­me-se em tudo o que é vitória sobre o pecado e a morte. Esta novidade de vida em Cristo é uma das notas mais postas em realce nos textos da liturgia do tempo da Páscoa.

Como já foi referido, a Páscoa é celebrada, no dizer de S. Agostinho, como um mistério, de maneira sacramental, não tanto como uma história que se evoca, mas como um mistério tornado presente de maneira sacramental para nele se poder participar. É assim que, na Vigília, ocupa lugar central a celebração dos sacramentos da iniciação cristã: Baptismo, Confirmação e Eucaristia, os sacramentos da vida nova. Por meio desses sacramentos nascem os novos filhos de Deus. Eles são a humanidade nova, que a liturgia saúda como "crianças recém-nascidas", "cordeiros recém-nascidos", "nova prole da Igreja, multidão renovada"[18]. Em cada ano e em todo o mundo, muitos são os que, na noite da Páscoa, nascem como nova geração do povo de Deus.

S. Paulo, partindo da sugestão fornecida pelo pão ázimo próprio da Páscoa judaica, pede aos seus leitores que, purificados do fermento velho, sejam uma nova massa, para celebrarem a festa pascal[19]. E a liturgia pede que, na Páscoa, todos os sinais, dos mais importantes aos mais simples, sejam a partir de elementos novos: a água e os santos óleos para o Baptismo; o pão para a Eucaristia, para que não venha a ser necessário recorrer ao pão consagrado guardado no sacrário desde antes do Tríduo Pascal; a luz que há-de acender o Círio e iluminar a celebração durante a noite de Vigília; a ornamentação do altar, que foi desnudado antes da celebração; e, mais que tudo, "o coração, as vozes e as obras"[20]: seja tudo novo, para que, "renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida" como pede a colecta do Domingo da Ressurreição.

Anualmente repetida em cada primeiro Domingo que se segue à Lua cheia do equinócio da primavera, a Páscoa surge sempre nova, como sempre nova é a vida imortal do Senhor ressuscitado. E aquela Lua, que enche sempre de claridade a noite santa da Páscoa, continua a ser, em cada ano e desde há tantos séculos, desta solenidade da vida nova a "testemunha fiel no firmamento" (SI 88, 38).

Texto em Portugues (Portugal)
"Desconheço ao autor"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade, sua opinião é muito importante!